Na
12º policlínica regional de saúde do estado, localizada em Jacobina, no norte
da Bahia, 21 funcionários tiveram resultado positivo para coronavírus. Na
última quarta-feira (16), eram 16 pessoas com a doença; mas na manhã deste
sábado (19) outras cinco tiveram diagnóstico confirmado.
A unidade que, durante a
pandemia, ficou fechada de maio a julho, retornou às atividades
realizando testes nos funcionários e terceirizados em ciclos de 21 dias. Todos
que testaram positivo foram afastados de suas funções e estão recebendo
acompanhamento de médicos.
A diretora geral da unidade,
Maria do Amparo Rodrigues, relata que a testagem positiva de tantos
funcionários foi um espanto já que a policlínica funciona respeitando todas as
normas sanitárias para a contenção do avanço do novo coronavírus e acredita que
o feriado da indepedência tenha sido um fator para o salto de infectados.
"Todos nós ficamos surpresos
porque funcionamos de acordo com todas recomendações de cuidados para que o
nosso ambiente de trabalho não seja um espaço de disseminação do vírus. Fazemos
os testes nos funcionários, desinfectamos o ônibus de transporte e todos os
espaços do local. Muito difícil que a contaminação tenha acontecido aqui.
Acredito que o feriado de 7 de setembro, que foi em um fim de semana
prolongado, tenha sido um agravante para que esse número subisse dessa
forma", declara.
Além de Jacobina, a
unidade presta serviços para cidadãos de outras 16 cidades como Mairi, Miguel
Calmon, Mirangaba, Ourolândia, Piritiba e Quixabeira, que fazem parte do
consórcio que administra a unidade e cogitou interditar a policlínica
temporariamente. A reportagem do CORREIO procurou José Ricardo Leal, prefeito
de Miguel Calmon, que também é presidente do consórcio, para saber sobre a
situação e a possibilidade de interrupção dos serviços de saúde prestados no
local, mas não recebeu retorno das ligações e mensagens.
A diretora Maria do Amparo, que
acompanha de perto a situação e está em contato com o consórcio, confirmou que
a interdição é uma possibilidade discutida pelos prefeitos, mas crê que é uma
medida improvável. "Para interditarem a policlínica, precisam fazer uma
avaliação geral do risco e das funções que estão sem os responsáveis por conta
do afastamento temporário. Hoje, mesmo com os 16 afastados, ainda conseguimos
funcionar. Só alguns serviços como o de ortopedia e o eletrocardiograma que não
estão sendo realizados. Para interditar mesmo, teríamos que perder mais
funcionários de enfermagem, que são essenciais para o funcionamento de tudo.
Até agora, 6 dos 14 dessa equipe foram afastados. Mas, mesmo assim, acredito
que a gente iria interromper algumas funções, não todas", diz.
O CORREIO também procurou a
Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) para saber se a pasta
acompanhava o caso e participava do processo de decisão do consórcio para a
interdição ou não da unidade. Por meio de assessoria, a Sesab afirmou que a
decisão do fechamento temporário ou não da policlínica por conta de casos de
covid-19 cabe ao consórcio que faz a gestão.