Ainda na entrevista, o gestor estadual questionou o comportamento dos cidadãos durante a pandemia do novo coronavírus.
"Antigamente caía um avião, a gente passava a semana inteira, o mês inteiro falando do avião e das vítimas. Aqui, em quatro dias morreram 400 pessoas, no dia de hoje morreram 700 em São Paulo, ontem foi o maior número da história da pandemia com 1,7 mil mortos no Brasil. Quando é que as pessoas vão se comover com isso?", questionou.
De acordo com Rui, a medida ideal para conter de vez o avanço da doença no estado seria decretar fechamento total por no mínimo 20 dias, no entanto, não pode fazer isso por causa da quantidade de trabalhadores informais na Bahia.
"Essa seria a medida absolutamente necessária, mas por que a gente não faz isso? Como as pessoas vão sobreviver? Nós estamos nesse momento, no Brasil, sem auxílio emergencial. Vivemos em um estado que tem o número de [trabalhadores] informais muito grande. Então você tem que pensar nas duas coisas: salvar essas pessoas para que não morram com a doença e salvar para que não morram de fome. Por isso que a gente vai tomando medidas medianas ", disse.
Segundo o governador, a situação está muito mais crítica na região metropolitana. Por isso, ele autorizou a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) realizar licitação emergencial para a abertura do Hospital Metropolitano.
Além disso, o Hospital de Campanha da Arena Fonte Nova volta a operar na quinta-feira (4) na capital baiana.
De acordo com Rui, após abertura desses novos leitos não há mais o que abrir na Bahia. "Depois da Fonte Nova e do [Hospital] Metropolitano não há mais o que abrir".
O governador ainda fez um alerta à população e disse que para conter a pandemia é preciso respeitar o distanciamento social.
"Só vamos conseguir conter a doença se a gente evitar a contaminação e para evitar contaminação, tem que evitar o contato social", disse.
Nos últimos dias, Rui se reuniu com cerca de 200 prefeitos da Bahia para saber a situação de cada município. Segundo ele, deve conversar com os demais gestores municipais até sexta (5).
"No interior temos cidades específicas com casos maiores, não tem uma região inteira. Temos cidades com muitos mais casos, por isso estamos ouvindo os prefeitos de cada município", explicou.
Questionado sobre a transferência de pacientes para outras unidades de saúde com atendimento exclusivo para Covid-19, o governador disse que "não tem ninguém a essa altura com condições de receber [pacientes]".
Fonte: G1