Aconteceu no dia 11 de setembro de 2021, no Espaço Festa & Cia em Miguel Calmon-BA, o
lançamento dos livros Páginas Vividas e Trópicos de Aflição, do renomado médico
calmonense João Barberino dos Santos, filho do Sr. Clarindo e D. Lozinha, ex
morador da rua João Marcelino, antiga rua dos artistas.
De caráter ímpar, extremamente
católico, amigo, cultivador de sonhos e desbravador da saúde por onde passa, tem a imensa disposição de servir, ajudando muito nossa terra com as
construções de capelas pelas comunidades rurais.
O livro Páginas Vividas resume sua vida
dedicada à docência na Universidade de Brasília e o Trópicos de Aflição é a
dedicação deste ilustre conterrâneo à medicina Tropical, a “Medicina dos
pobres” e suas andanças por tantos lugares como a Amazônia e o Acre.
Assim, a noite foi marcada por incontidas emoções e cultura, brindando com muito amor e carinho nossa terra tão amada por seus filhos ilustres.
Por Binho Rios.
"Meus
prezados amigos da minha adorada terra,
As lembranças da minha terra se confundem com as recordações da minha infância e do tempo escolar vivido no velho Prédio Escolar Gustavo de Andrade, quando, também, freqüentei a Cruzada Infantil, sob a égide do saudoso Pe. Paulo Felber e da minha catequista Renildes Soares.
Guardo para sempre no fundo do meu coração um eterno preito de gratidão ás minhas amadas e saudosas professoras das primeiras letras, Marialva Soares Teixeira de Miranda, Antonieta Joana Raynal Rocha e Maria Barreto Coutinho, verdadeiras mães e mestras, na expressão da palavra, que despertaram em mim o interesse pelos estudos e pelo conhecimento. Sem nenhum demérito das demais professoras daquele tempo, ás quais estendo a minha homenagem porque cumpriram seu mister docente com extrema competência, amor e devoção.
Infelizmente, eu não poderia passar um ano com cada uma delas senão não
terminaria o Curso Primário no tempo programado. Receando esquecer algum nome,
mesmo assim, peço permissão para citar as professoras Araci Sales de Oliveira,
Rosa Silva Grassi, Maria Eugênia Freire Vieira, Maria de Lourdes Teixeira Belo
(conhecida como D. Lolita), Edite Correia Costa, Hilda Maria Vaz Barreto, Maria
Norma Jacobina Rocha Andrade e Julieta Alencar de Barros. Nesse momento,
queremos agradecer, de modo especial, a presença dos meus queridos colegas de
bancos escolares: Eunildes de Araújo Santos Machado, Darci Miranda Lago, Railda
Rosa dos Santos e Solon Oliveira Rios.
Meus prezados amigos, eu cometeria uma grande injustiça se nessa hora comemorativa do livro Trópicos da Aflição, que é uma homenagem ás pessoas do campo que me ajudaram, deixasse de lembrar os humildes campesinos que ajudaram ao meu pai nas tarefas rurais e que, assim também, contribuíram para que eu alcançasse meus objetivos de vida.
Essas pessoas,
incansáveis, dedicadas ao trabalho e de uma simplicidade infinita, a ponto de
sequer me fazer conhecer seus sobrenomes, devotaram integralmente suas vidas à
faina colaborativa sob o sol escaldante do sertão baiano. Quero citar o Sr
Antônio, do Sítio Corujas, o Sr. Nino, da Fazenda Pai Afonso, o Sr. João, da
Fazenda Cajazeiras, o Sr João, do Sítio Companhia e o Sr. Balbino, do Sítio
Cuscuz. Ora, meus prezados ouvintes, eles jamais sonharam em vida que os seus
nomes fossem lembrados e citados em um evento desse porte em nossa cidade, que
eu, penhoradamente grato, faço questão de fazer.
Também, desejo expressar
meus agradecimentos aos saudosos amigos Marcolino Raimundo Maia e Jovelino José
da Silva Marcelino que nos ajudaram como intermediários entre minha família e
eu nos tempos de Internato em Colégio na cidade do Salvador.
Em um tributo de reconhecimento,
devo, também, evocar nesta noite festiva, as figuras do pessoal da Saúde de
Miguel Calmon da minha infância, os médicos Dr. Durval Gama Sobrinho, Dr.
Gasparino Moreira Barreto, Dr. João Rubem Nunes dos Anjos e a Dra. Clariezer
Vicente dos Anjos, que com parcos recursos tecnológicos de então, salvaram tantas
vidas e aliviaram o sofrimento de muitos; os odontologistas Dr. Almiro Liberato
e o Sr. José Belo; além dos farmacêuticos Dr. Adolfo Liberato e Custodio Valois,
que serviram de inspiração para o tenro despertar em mim da vocação pela saúde
na área da Medicina.
Além dos meus saudosos
pais, que não mediram sacrifícios para a concretização do meu ideal de vida, e
dos queridos manos, tenho uma grande dívida para com a minha inesquecível avó
materna, Umbelina Barberino de Miranda, aos meus tios, especialmente a Maria
Barberino de Miranda, que me orientava nas tarefas escolares de casa, aos primos,
aos meus tios-padrinhos Manoel e Alzira Santos, pelo exemplo de vida, pela
formação doméstica, pelo carinhoso desvelo e pelo incentivo da palavra a
cumprir o meu desiderato.
Enfim, cumpre-me
agradecer a presença de todos os meus amigos e conterrâneos que, enfrentando as
agruras dessa terrível pandemia, vieram prestigiar essa festa, a quem peço
dispensar-me, pela escassez de tempo, de nomeá-los a todos.
Os livros apresentados não se configuram como uma obra literária
relevante, sem nenhuma pretensão para ser algum best-seller, não têm nenhuma
conotação egocêntrica de auto-promoção, e nem se destinam á comercialização;
pura e simplesmente, trata-se da realização de uma missão sentimental, de um
memorial para aqueles de quem, um dia, tive a honra de ser chamado professor,
ou de coordenador, ou chefe, ou simplesmente de amigo, a todos os que de alguma
forma me ajudaram em minha trajetória.
O livro Páginas Vividas reúne meus pronunciamentos em diversas
solenidades de formatura, ou enquanto professor de Medicina na Universidade de
Brasília. É um livro meio chato para ler porque é um livro de discursos. Constitui
uma pequena lembrança aos meus ex-alunos, uma homenagem para aqueles que tanto
me homenagearam na ocasião de suas festas de formatura ou no transcorrer de
nossa convivência universitária.
O livro, Trópicos da Aflição, retrata em resumido memorial, a minha formação humana e médica, permeando as minhas andanças pelas áreas endêmicas do Brasil, nas pesquisas de campo em Medicina Tropical. Uma publicação movida não pela vaidade petulante, nem pelo orgulho insignificante dos espíritos vazios, escrito não com o intuito de me engrandecer, mas de agradecer, de render uma justa homenagem ás pessoas simples e colaboradoras voluntárias da pesquisa médica, nunca nomeadas nas publicações científicas.
Em segundo lugar, foi escrito com a intenção de quiçá poder servir de inspiração aos jovens médicos de hoje, aos acadêmicos que se preparam para a função de aliviar o sofrimento humano a não desanimarem e nem a desistirem da Medicina Social, da Medicina dos Pobres, em prol da imensa população de necessitados em nosso país, a sofrerem as mazelas das doenças transmissíveis e curáveis ainda existentes.
Devido á pandemia do Coronavirus, esse livro foi escrito a toque de caixa, em dois ou três meses, com receio de ser eu levado para sempre pela virose e nunca chegar a publicá-lo. Não queria morrer antes de prestar essa pequena, mas cordial e sincera homenagem aos que me ajudaram.
Por isso, peço perdão se, por ventura, esqueci de citar pessoas que nele merecem serem citadas. Aliás, após impresso, tenho me lembrado de muitos fatos interessantes e de pessoas importantes para mim que, por justiça, deveriam estar acertadamente registrados neste livro. Queiram desculpar-me.
Muito Obrigado". João Barberino Santos.
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