"Após 57 dias sem reajustes, a partir de 11/03/2022, a
Petrobras fará ajustes nos seus preços de venda de gasolina e diesel para as
distribuidoras", informou a estatal, em comunicado.
Para o GLP, o preço médio de venda do GLP da Petrobras, para
as distribuidoras foi reajustado em 16,1%, e passará de R$ 3,86 para R$ 4,48
por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13kg. O produto não era reajustado há 152
dias.
"Após serem observados preços em patamares
consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes
nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro
continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores
responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras", justificou
a Petrobras, acrescentando que decidiu não repassar de imediato a volatilidade
decorrente da guerra na Ucrânia.
"Esses valores refletem parte da elevação dos patamares
internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente a
demanda mundial por energia. Mantemos nosso monitoramento contínuo do mercado
nesse momento desafiador e de alta volatilidade", acrescentou a estatal.
Preço nas bombas
Vale lembrar que o valor final dos preços dos combustíveis
nas bombas depende também de impostos e das margens de lucro de distribuidores
e revendedores.
Segundo a última pesquisa divulgada pela Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio da gasolina no país
foi de R$ 6,577 na semana encerrada no dia 5. Já o do diesel ficou em R$ 5,603.
Mudanças na política de preços
O mercado segue de olho em medidas do governo para conter a
alta dos preços dos combustíveis para os consumidores. Sem consenso para a
análise, o Senado adiou na quarta-feira (9), pela terceira vez, a votação de
dois projetos com o objetivo de conter a alta de preços dos combustíveis.
Desde 2016, a Petrobras passou a adotar para suas refinarias
uma política de preços que se orienta pelas flutuações do preço do barril de
petróleo no mercado internacional e pelo câmbio. O presidente Jair Bolsonaro,
mirando a campanha à reeleição, tem indicado, porém, que não deve deixar a
estatal brasileira repassar integralmente a alta do petróleo no mercado internacional
aos preços do mercado interno.
O petróleo Brent, principal referência internacional, já
acumula alta de mais de 45% no ano, e chegou a alcançar US$ 139 na
segunda-feira (7).
Levantamento divulgado no começo de março pela Associação
Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) mostrou que os valores
médios de diesel e gasolina da Petrobras nas refinarias tinham atingido 25% de
defasagem ante a paridade de importação, um nível não visto há cerca de 10
anos.