De uns tempos prá cá eu tenho sempre vontade de estar perto da terrinha em junho, sem me envolver nos aspectos da religiosidade muito menos nos elementos de carnaval que as vezes inventam para junho. Fico incomodado com o espetáculo carnavalesco que se teima e criar (se não fizer isso o povo ainda reclama).
A boa notícia é que em Miguel Calmon tem que ter sanfona, triângulo e zabumba. Espero que não apaguem as fogueiras também, elas aproximam as pessoas, unem as famílias. Junho é nostalgia, tradição, pertencimento, retorno às coisas simples do Sertão.
É tempo de dar umas voltas nos bairros e ver que a simplicidade ainda enche mais os corações do que as cervejas; é tempo de saber que o tremular das bandeirolas anunciam que o parente distante está chegando ou que está partindo; é tempo de saber que a tangerina está amadurecendo como o carinho dos pais que vão envelhecendo e preparam a casa para nos receber.
É tempo de conscientizar que o único pipoco que ainda faz bem é o de bombinhas e traques. E que fogo bonito é o das chuvinhas, das cobrinhas e o das fogueiras. Bandeirolas, bolo de milho, bolo de aipim, de puba, canjica, pamonha, ou apenas uma fogueira simples nas casas daqueles que pouco têm, isso enche a vida da gente e os olhos também, com as lágrimas que se misturam ao inverno e à “cruviana”, deixando o povo com “difrusso” E antes que me perguntem o que é cruviana e difrusso, eu respondo:
– Não mexe com fogo, menino, vai mijar na cama!
Por Renilton Silva.
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