O guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda, 50 anos, morreu na madrugada deste domingo (10.jul.2022), depois de ser atingido por tiros disparados pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho. O ataque havia sido no final da noite de sábado (9.jul.2022), pouco antes da meia-noite, em Foz do Iguaçu (PR).
ATUALIZAÇÃO
10.jul.2022 (17h13)
Mais cedo, a Polícia Civil do Paraná havia
informado que Jorge José também morreu na troca de tiros. A
informação estava errada. Nas redes sociais, políticos como Lula (PT) e
Ciro Gomes (PDT) lamentaram as duas mortes. Por volta de 17h deste
domingo (10.jul.2022), a delegada Iane Cardoso, responsável pelo caso,
disse em entrevista a jornalistas que Jorge está vivo. Seu estado de
saúde é estável e ele encontra-se hospitalizado sob custódia da Polícia
Militar do Paraná.
O confronto entre Marcelo e Jorge José se deu durante a festa de
aniversário de 50 anos de Marcelo, que fez a celebração enfeitada com
elementos que remetiam ao PT, em cores vermelhas. O aniversariante
vestia uma camiseta com a foto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva.
A Polícia Civil do Paraná disse que a Delegacia de Homicídios de Foz do
Iguaçu está apurando o caso, para esclarecer a motivação do crime.
Segundo a corporação, “tratou-se uma discussão em uma festa de
aniversário”.
Segundo relatos de amigos de Marcelo aos quais o Poder360 teve
acesso em grupos de mensagens, o policial penal federal teria parado
com um carro por volta de 23h30 de sábado em frente ao local onde era
realizada a festa –na sede social da Associação Recreativa Esportiva
Segurança Física de Itaipu (conhecida pela sigla Aresf).
De dentro do carro, um Hyundai modelo Creta, branco, placa RHR2G14
(do Paraná), Jorge José da Rocha Guaranho, teria gritado contra os
presentes na festa. Segundo relatos de amigos de Marcelo, Jorge José
teria gritado: “É, Bolsonaro. Seus filhos da puta. Seus desgraçados. É o
mito!”.
Ao ouvir os gritos, Marcelo foi a até a porta do local para ver o que se
passava. Jorge José teria então mostrado uma arma (uma pistola Taurus
24/7 calibre .40) pela janela do veículo e apontado para o aniversariante.
Marcelo estava com um copo de chope na mão, jogou a bebida em José
Jorge e se escondeu.
No carro também estava uma mulher e uma criança. A mulher faz um
apelo e pediu que Jorge José saísse do local. O carro começou a se
movimentar para sair do lugar, mas o motorista gritou –segundo relatos
de amigos de Marcelo– que voltaria ao local para “matar todos vocês”
A partir daí houve o confronto, com tiros dos 2 lados. Há relatos de
amigos de Marcelo afirmando que Jorge José deu o primeiro tiro, que
teria atingido uma das pernas do aniversariante.
Aproximou-se então e
teria desferido outro tiro. Nesse momento, Marcelo virou-se e teria
atirado 5 vezes em direção ao bolsonarista.
Segundo o boletim da ocorrência registrado por policiais de Foz do
Iguaçu (leia a íntegra do BO (127 KB), ao chegar ao local foram
encontrados 2 corpos no chão.
O de Marcelo, “a princípio com duas
perfurações de arma de fogo”, e o de Jorge José “a princípio com 3
perfurações de arma de fogo”.
Segundo nota divulgada pelo PT, o policial penal havia interrompido a
festa e ameaçado de arma na mão a “todos os presentes, familiares,
amigos, companheiros” no local.
“Antes de ser assassinado com três tiros pelo policial penal fascista que o
abordou no estacionamento, Marcelo tentou ainda se defender com a
arma funcional que tinha em seu carro e reagiu”, diz a nota do partido,
assinada pela presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, e
pelo coordenador nacional do Setorial de Segurança Pública da legenda,
Abdael Ambruster.
Arruda era tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, e foi candidato a viceprefeito na cidade em 2020. Também era diretor do Sismufi (Sindicato
dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu).
“Agradecemos ao Marcelo Arruda por toda a sua dedicação e
comprometimento com o Município, o qual nestes 28 anos de
funcionalismo público defendeu bravamente, tanto atuando na
segurança como na defesa dos servidores municipais”, disse o prefeito
Chico Brasileiro (PSD).
“Desejamos à família, aos amigos e colegas de
Marcelo força neste momento de dor”.
O Poder360 entrou em contato com o Depen (Departamento
Penitenciário Nacional) e solicitou manifestação sobre o policial penal
federal.
O órgão disse se solidarizar com os familiares e amigos dos
envolvidos.
“O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) informa que o caso
está sendo investigado pelas autoridades competentes locais em razão
de suas circunstâncias e que se solidariza com os familiares e amigos
dos envolvidos”, disse o órgão.
Fonte; Poder360
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