Vana Lopes, uma das vítimas e a primeira a denunciar os crimes do ex-médico Roger Abdelmassih, morreu neste sábado (28) em São Paulo, em decorrência de um câncer de mama e de metástase nos ossos, conforme foi confirmado pela presidente do grupo “Vítimas Unidas”, Maria do Carmo Santos.
Em entrevista à CNN, a presidente do grupo contou que Vana fez uma cirurgia contra o câncer de mama, mas por ter contraído hepatite de Roger Abdelmassih ela não pode realizar a quimioterapia.
A ativista realizou, então, 40 radioterapias e começou a se queixar de dores, que vieram a se descobrir metástases nas costelas, bacia e pernas.
Vana veio ao Brasil em novembro para se despedir da família, do país e do mar, segundo a presidente. Desde então, ficou com a família em São Paulo.
Especialista em reprodução assistida, Abdelmassih foi condenado a mais de 180 anos de prisões pelo abuso sexual de dezenas de pacientes entre os anos de 1990 e 2000.
Segundo Maria, Vana tinha o sonho de ver o Estatuto da Vítima em funcionamento no Brasil e o resultado da ação na corte interamericana que julga o Brasil por omissões praticadas no caso contra Roger Abdelmassih.
Ela ressalta que o grupo ‘vítimas unidas’ criado por Vana era como se fosse um filho simbólico e hoje, o grupo mostra a necessidade de continuar a luta contra violências e abusos.
Segundo a presidente, a contribuição de Vana é a demonstração de superar as dores e que as palavras das mulheres podem ter potência.
Fonte: CNN