O MSC é encabeçado pelos coaches norte-americanos David Bond e Mike Pickupalpha — que usam nomes fictícios. Autointitulados "coaches de namoro", os dois prometiam, além de aulas, viagens para que os “estudantes” pudessem aplicar o que aprenderam. Os cursos chegam a custar até US$ 50 mil (cerca de R$ 262,7 mil).
A Embratur disse, em nota, que “não são bem-vindas em nosso país pessoas que desejam praticar crimes” e pontuou que turismo para exploração sexual é ilegal no país. O órgão destacou que o combate ao turismo de exploração sexual foi “interrompido pelo governo passado, cujo presidente deu infelizes declarações que estimularam a prática desses crimes”.
"Em nossa gestão, recuperamos como valores centrais da Embratur o respeito aos direitos humanos e à democracia. Promovemos no exterior um Brasil que queremos ser, da sustentabilidade, que combate a pobreza e o racismo e valoriza a diversidade de seu povo. São muito bem-vindos os turistas estrangeiros que querem contribuir para a construção desse Brasil", apontou a agência em nota.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o grupo tem o costume de viajar somente para países subdesenvolvidos e, em publicações, enaltecem as desigualdades sociais que encontram nos destinos. Já tendo passado por países como Colômbia, Costa Rica e Filipinas, o MSC esteve em São Paulo entre 14 e 28 de fevereiro deste ano. O curso garante que o aluno tem "100% de chances de transar."
A viagem dos norte-americanos viralizou após uma festa promovida no dia 26 de fevereiro, em uma mansão no bairro do Morumbi, na capital paulista, em que brasileiras estavam convidadas. Pelo menos duas mulheres que estiveram no evento afirmaram à Folha de S. Paulo que não sabiam do curso e se sentiram enganadas.
O caso também é investigado pela 34ª Delegacia de Polícia de São Paulo, localizada no Morumbi. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, o caso foi registrado como "favorecimento de prostituição ou outra forma de exploração sexual e agenciar, aliciar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher exploração sexual".
Uma vítima de 27 anos que participou da festa fez uma denúncia. Em nota à Folha de S. Paulo, a SSP-SP disse que "no local havia homens estrangeiros que tiraram fotos e vídeos dela (a vítima que denunciou) para promover um curso sobre relacionamentos".
Exaltando o “exotismo” brasileiro, os tutores gravaram vídeos com um kit que tornaria a viagem dos alunos “mais fácil”. Nas imagens, é dito que foi gasto US$1,2 mil (cerca de R$ 6 mil) em pílulas do dia seguinte.
Por Correio Braziliense
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