Com a volta do bombeamento da EBI-03, ocorrida no último dia 13, foram restabelecidos o nivelamento de água do reservatório de Negreiros, em Pernambuco, e depois o de Milagres e o de Jati, ambos no estado do Ceará.
“Por determinação do presidente Lula, nós trabalhamos intensamente neste semestre para que a estação voltasse a contribuir com a transposição do Rio São Francisco, seguindo seu curso de levar água a todas as pessoas na região”, ressalta o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. “Estamos muito felizes em ver que as águas do Velho Chico já chegaram novamente ao Ceará e, muito em breve, também estarão na Paraíba”, completou.
A EBI-03 integra o Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco e estava paralisada desde outubro de 2022, em razão de problemas técnicos decorrentes da falta de reparos e de manutenção do sistema e em função de vibração excessiva de suas motobombas, que ocasionou desgaste nos rolamentos. As peças de reposição necessárias para o serviço de reconstituição do sistema de bombeamento chegaram em maio deste ano. Os investimentos para conserto e manutenção da motobomba chegaram a R$ 2,2 milhões.
“É importante lembrar que a paralisação foi por falta das manutenções devidas na gestão anterior, o que nos obrigou a tomar todos os cuidados. Os investimentos foram feitos, e nós vamos, agora, trabalhar na recuperação da segunda bomba. Até o fim deste ano, teremos todo o conjunto de bombas restabelecido. As obras do canal de acesso, da revitalização das bacias e da nova carteira de projetos serão anunciadas em breve”, destacou o ministro Waldez Góes.
O reservatório Negreiros fornece água diretamente para as cidades de Salgueiro e Serrita, em Pernambuco, enquanto o reservatório de Milagres abastece o município de Verdejantes, na divisa entre Pernambuco e Ceará.
Já a Barragem de Jati, localizada no município cearense de mesmo nome, é ponto de partida do Cinturão das Águas do Ceará (CAC). Todo o projeto do CAC tem 1300 km de extensão, compreendendo segmentos de canal a céu aberto, túneis e sifões. Além da capital Fortaleza e Região Metropolitana, também receberão as águas do Cinturão 24 cidades localizadas entre a Barragem de Jati e a Travessia do Rio Cariús, atendendo mais de 8,5 milhões de pessoas.
Os demais reservatórios interligados pela EBI-3 estão em nível operacional e poderão atender os municípios com escassez de recurso hídrico caso haja solicitação do estado.
“Estamos recuperando os níveis operacionais após a retomada da EBI-3 do Eixo Norte, pois, dessa forma, conseguimos garantir segurança hídrica aos reservatórios e, consequentemente, para a população”, destaca o coordenador-geral de Obras e Fiscalização do Projeto de Integração do Rio São Francisco, Tiago Portela
A estrutura
A EBI-3 reúne um conjunto de motobombas, válvulas e acessórios interligados capazes de garantir um volume contínuo de transporte de água entre um poço de sucção e uma área de escoamento, por meio de tubulações forçadas, tudo isso acondicionado em um prédio com três pavimentos. A partir da EBI-3, as águas do São Francisco seguem, por meio de canais e reservatórios, até os estados da Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, para abastecer a população.
As estações de bombeamento são estruturas responsáveis por elevar a água de um terreno mais baixo para outro mais alto. No Eixo Norte do Projeto São Francisco, existem três estações, com capacidade para impulsionar a água 188 metros acima do nível do São Francisco, altura que pode ser comparada a um prédio de 58 andares. A EBI-3 tem capacidade de bombear 24 mil litros de água por segundo.
Hoje, mais de 7,6 milhões de pessoas em 222 municípios dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte são atendidas pelo trecho da estação EBI-3.
O Projeto São Francisco
O Projeto de Integração do Rio São Francisco é a maior obra de infraestrutura hídrica do País. Com 477 quilômetros de extensão em dois eixos (Leste e Norte), o empreendimento visa garantir a segurança hídrica de cerca de 12 milhões de pessoas em quase 400 municípios nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, onde a estiagem é frequente.
Fonte: Gov.br
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