O caso aconteceu há cerca de um mês, quando a mulher procurou atendimento após sentir dores causadas por uma infecção urinária. Desde então, outras pacientes criaram coragem para fazer denúncias.
Uma advogada que representa algumas das mulheres que
registraram boletim de ocorrência conta que já foi procurada por ao menos 17
supostas vítimas. Algumas delas se consultaram com Elziro Gonçalves de Oliveira
há cerca de 10 anos, mas ainda guardam os traumas.
Quando surgiu a denúncia do primeiro caso, o ginecologista falou com a equipe da TV Bahia por telefone e negou a acusação. Procurado outras vezes, a partir do surgimento de outros casos, ele preferiu não comentar mais o assunto.
Duas mulheres, que preferiram não revelar a identidade, se
emocionaram ao contar as seguintes situações:
Relato 2: Outra mulher contou que durante o atendimento,
Elziro Gonçalves de Oliveira teria perguntado se ela namorava. Após a resposta
negativa, o ginecologista teria falado: “Mas como é que uma mulher bonita e
gostosa como você não tem namorado?’ Ele também perguntou: ‘Você já fez sexo
anal?. Ao ouvir outra negativa, o profissional teria perguntado: "Você
sabe onde é o seu ponto G?" Você quer que eu te masturbe?". Assustada
com a situação, a paciente diz ter ficado "muda e sem reação".
Quando e onde aconteceram as consultas?
No primeiro local, há relatos de atendimentos que
aconteceram há cerca de 10 anos e outros recentes, há um mês, como a da
administradora que iniciou as denúncias.
O que alegam as vítimas para as denúncias tardias?
As justificativas são várias. Algumas das denunciantes
afirmam que ficaram com medo de não acreditarem nelas. Outras relataram que
ficaram desconfortáveis com os toques, mas não sabiam, se de fato, eram abuso
ou se elas tinham entendido errado.
Em uma das situações, uma paciente contou que chegou a
conversar com o companheiro e, ele não acreditou no assédio. "Ele disse
para mim que se aconteceu pela segunda vez é porque eu tinha dado liberdade pra
isso”.
Quais os posicionamentos da Polícia Civil, MP e Cremeb?
Os inquéritos foram instaurados na 6ª Delegacia Territorial
(DT) de Brotas para apurar os casos. As vítimas prestaram depoimentos na
unidade policial acompanhadas de advogados. A Polícia Civil informou que as
investigações estão em andamento e que o ginecologista ainda não foi ouvido.
Em nota, o Casseb afirmou que uma comissão foi criada para
investigar as acusações contra o médico e o resultado será entregue às
autoridades. O ginecologista foi afastado das atividades.
G1