As Feiras ou Festas Literárias e Culturais estão cada vez mais ganhando força. Em certo momento é uma “feira” literalmente falando, outras vezes somente a festa. Quando se consegue reunir as duas coisas, vira sucesso. Para o povo do interior do Nordeste a afirmação de identidade é algo essencial e esses movimentos despertam orgulho e pertencimento.
Miguel Calmon, “nem grande, nem rica: feliz”, na expressão cunhada por um dos seus mais letrados filhos, Dermival Miranda Santos, realizou a segunda edição (estive nas duas). Essa terrinha cheia de vida cultural e de produção artística já foi chamada Canarana, Canabrava, Djalma Dutra e associada às expressões Atenas da Chapada (o saudoso professor Benedito Veiga) ou a “terra do já teve”, por seus cidadãos saudosos pela perda de coisas que o progresso ou o descaso levaram.
Se considerarmos que o “progresso” levou o Trem de Ferro, as salas de Cinema, o Campo de Aviação, diríamos que ao invés do progresso, seria melhor o “atraso”, tem coisa do progresso que não é belo nem prende a gente. Algumas casas e prédios de Miguel Calmon que nós permitimos a derrubada levou parte do charme e da beleza arquitetônica da terra que pariu Ronald Marly Vieira (pintura), Ronan Oliveira Mota (gestão), Euclides de Carvalho Rios (literatura), Dalva Vilaronga (literatura), Lilinha Rios (literatura), Gilmar Guimarães (literatura), Jesser Oliveira (audiovisual), Marlus Muriel (Música). Eu não tenho tanto espaço, mas quero escrever sobre Hildemário Rios, Antonio Cardoso, Paulo e Léa Rios, Edson Barreto, Carmen Ponciano, Oz de Araújo, Doraci Ana. Para ter certeza que serei injusto, vou parar aqui... A injustiça é própria do humano.
Esse discurso parece clichê ou retórica de escritor saudosista, mas talvez a próxima FLICALMON possa resgatar coisas e pessoas que encham de orgulho o sentimento de ser Calça-Curta, afinal será a FLICALMON do Centenário de Miguel Calmon.
Ouço falar que há controvérsias sobre a verdadeira data da emancipação, mas prefiro ficar com o 06 de agosto de 1924 e depois da festa a gente conversa sobre isso.
Nos dias 16 a 18.11.2023 a Praça Lauro de Freitas vivenciou um espaço no qual “ferveu” cultura popular e cultura erudita, produções científicas, exposições e escritos dos estudantes da rede pública. A Biblioteca da Fundação Pedro Calmon bem presente (grande mecenas do evento, pelo visto). Acho que faltou um “stand” com livros de autores calmonenses para serem comercializados. Também mereciam espaços mais aconchegantes as Bibliotecas e a Livraria Saronga devia estar todinha para o povo comprar). A programação pode ser mais enxuta, porém é melhor ter muito que não ter o que apresentar. Sugiro ainda que haja um recurso para Vale-Livro para os estudantes comprarem exclusivamente livros, mas para comprarem os livros que eles quiserem.
Calça-Curta que se preze gosta de ser unanimidade, talvez a minha mistura com o sangue piritibano faça isso destoar um pouco. E depois dos cinquenta anos a gente se dá ao direito de opinar e de não ser ouvido também. De modo que a FLICALMON não deveu nada a nenhuma Feira/Festa Literária.
Parabéns para a Gestão Municipal, de modo especial à Professora Audacy Batista Requião, Secretária da Educação e sua equipe liderada pela professora Ana Rita que protagonizaram momentos de extrema emoção e riqueza para os mais velhos e para os jovens.
O calor que cozinhou a gente na praça só fez acender a paixão cultural da terra do Mucambo dos Negros (Francisco Martins Bastos) e do Poli Negro, do ainda por pouco tempo Colégio Polivalente (em novembro não podia cair melhor); do Colégio Clariezer e sua homenagem aos escritores calmonenses (tenho orgulho disso). Ainda, os meninos e meninas do Colégio da Região da Serra, do Colégio do Salgado Grande e Região e o povo do CROM, Brejo Grande diferenciado. Além das lindezas dos estudantes de Tapiranga, do Tanquinho, do Horácio Pires de Lima. Ainda o sempre brilhante CENSC (em breve, já teve também), que não seja extinto o Colégio Municipal Nossa Senhora da Conceição.
Parabéns ao NTE 16 e diversos estudantes presentes; os artesãos do município, professoras e professores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental que se empenharam para abrilhantar as exposições. Desejo profundamente que o Calmon Notícias e a TV Calmon permaneçam firmes na terra que sempre vai ter: Canabrava do Piemonte, a mais linda terra da encosta da linda Chapada e que a gente não se esqueça que sem professores e professoras eu não conseguiria escrever esse texto.
Redação Calmon Notícias
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