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Foto: Arquivo: TV Calmon |
Por Renilton Silva
É comum as pessoas fazerem homenagens aos políticos, grandes empresários, pessoas que se destacam geralmente por influências ou pela condição financeira privilegiada, pouco se vê o reconhecimento para as pessoas que realmente transformam vidas.
O site Calmon Notícias é uma das boas exceções em nossa terra, trazendo notícias e fatos de pessoas comuns, não menos importantes.
Acredito que as histórias mais interessantes da vida não foram escritas nem foram vistas nas mídias digitais. Conheço histórias maravilhosas de homens e mulheres simples que apesar de uma vivência discreta conseguem imprimir marcas que os tornam admiráveis.
Algumas pessoas marcam suas vidas e as vidas de tantas outras pessoas. Francisco Edvan Nogueira é uma dessas pessoas. Um homem simples, discreto, avesso a qualquer tipo de aparição, contrário a qualquer exibicionismo. Humilde, correto, íntegro e generoso na mais pura acepção da generosidade.
O proprietário dos Laticínios Nogueira, nasceu no Sertão da Paraíba, Pombal, Sítio Camano, na roça, no campo, numa região de cacimbas e pouca água.
A água farta somente no rio Piancó, que margeia a cidade de Pombal e é regado pelas lágrimas da índia Maringá.
Foi no meio dos anos de 1980 que tive o privilégio de conhecer Edvan Nogueira. Ele e sua família vieram para a Bahia fugindo da seca, realidade muito comum naquele tempo.
Não era acaso, era Deus conduzindo, cuidando não apenas dele, mas de todas as pessoas que têm o privilégio de conviver com ele.
Trabalhou duro, em lugares desabitados e insalubres, transformando leite em tantos derivados, cuidando, administrando, gerenciando, sendo forjado como homem, filho, pai, esposo, irmão e amigo.
Em um tempo que a Rádio Globo dominava a audiência do Nordeste inteiro, nós jovens, influenciados pelo “poder” do rádio, torcíamos para clubes do Rio e São Paulo.
O meu amigo tornou-se vascaíno e era bom de bola, faltava tempo para jogar bola, porque trabalhar era necessário.
Coube ao filho de Seu Erasmo e Dona Socorro receber de Deus o dom de agregar em torno de si, os irmãos, os filhos, os sobrinhos.
Protetor e provedor da família, de Telma Erick e Luana e girando em torno deles, os amigos, os colaboradores e também a saudade de Pombal, dos parentes, da Rua dos Roques, da Festa do Rosário, do Rubacão, dos banhos no Piancó, da sua gente simples que ficou na Paraíba.
Infância e adolescência vividas na correria, mas a certeza de ter abençoado tantos, com uma vida disposta a servir.
Um “cabra” que não se sente envaidecido por ser um empreendedor de sucesso. Se fosse por ele, faria muito menos e viveria mais. Faz por seus amigos da roça, para terem emprego, faz pelos seus filhos, pela esposa (tão simples e discreta quanto ele), pelos irmãos, sobrinhos, parentes e amigos.
É um homem que pensa muito em trabalhar, mas vive, do jeito dele, fazer o bem para ele é viver bem.
Esse texto é uma homenagem bem simples, até porque ele não suporta nada que o torne o centro das atenções.
Tímido ao extremo é capaz de pagar para não aparecer. Como não admirar um homem que foge das aparências em tempos que importa somente parecer ser. Ele é sem querer ser. Invejo-o em muitas virtudes e digo sempre que tenho orgulho de ser seu amigo.
Aproveitamos a parceria com o Calmon Notícias para abrir espaço de biografar e contribuir com a sociedade trazendo ao conhecimento pessoas que fizeram ou fazem diferença na sociedade e que são esquecidas ou não são notadas.
É apenas uma forma de agradecimento pela contribuição econômica e social para o município de Miguel Calmon que acolheu e foi acolhido no seu coração. E a sugestão que se oficialize a cidadania calmonense. Espero que realmente recebam mais títulos de cidadãos pessoas que amam nossa terra e contribuem com ela, que são exemplos e referências para nossos jovens: assim é Francisco Edvan Nogueira.
Renilton Silva/Calmon Notícias