A foto não é de boa qualidade, mas é a que melhor representa nossa amizade, que teve o violão como eixo central na aproximação dos nossos percursos.
Ao receber a triste notícia de sua partida fiquei com um "Choro Hermético" entalado na garganta, um choro tipo "Espinha de Bacalhau", difícil de executar.
Não mais teremos aquelas "Noites Cariocas" com o som do seu violão "caseiro" a nos deleitar e fascinar os sentidos. A vida é mesmo "Desvairada" como aquele choro veloz do Canhoto que você, inacreditavelmente, tocava em vários tons, a vida é como esse choro; um atropelo de notas numa velocidade estonteante que nos faz perder o ritmo, de repente. Impossível não lembrar das nossas tardes violonísticas, das risadas, do seu senso de humor inteligente, das conversas sobre música, instrumentos, medicina, etc...
A morte sempre soará aos nossos ouvidos como uma nota errada, fora do tom... Uma fração de segundos os olhos se fecham, a luz se apaga, a música se encerra sem tempo de combinar o compasso final, e neste instante todo o aprendizado construído, toda técnica desenvolvida, toda a habilidade adquirida ao custo de anos de estudo e dedicação ao instrumento evapora-se, já não temos mais o velho gênio dos dedos velozes.... Todo o vasto conhecimento sobre medicina, a gigantesca experiência acumulada ao longo de um vida inteira no exercício da profissão esvai-se repentinamente, já não temos mais aquele médico, de diagnósticos precisos, remédios certeiros, cuja fala nos deixava seguros... Ah... a morte sempre nos deixa essa sensação de prejuízo, mas quando certas pessoas morrem, a sensação é de que foi um prejuízo maior... É de que a lacuna que fica é abissal, ainda que seja um "Abismo de rosas".
Esse dia, definitivamente, não foi o mais “Carinhoso” com os calmonenses, mais uma partida de "Um a zero"...
Não fomos criados para a morte, sei que Deus plantou em nossos corações a semente da eternidade, por isso essa dor, essa saudade...
Que Deus lhe conceda um "Pedacinho do Céu", onde vc possa descansar, fazendo música com os anjos!
(Gil Guimarães)
Redação Calmon Notícias