Veja o que fazer em caso de ataque de pitbull

Pitbull e cachorros de grande porte: donos precisam ter cuidado para evitar atques — Foto: Yohan Cho /Unsplash

Ataques de cães da raça pitbull têm chamado atenção e assustado nas últimas semanas no Rio, e revelado ainda que a lei estadual 4.597, de 16 de setembro de 2005, não vem sendo cumprida. Ela determina que animais das raças pitbull, fila, doberman e rotweiller só podem circular por locais públicos - como ruas, praças, jardins e parques -, sendo conduzidos por maiores de 18 anos, usando guias e focinheira apropriados.

No episódio mais trágico, Joselina Serqueira, de 81 anos, morreu após ser atacada por um pitbull quando andava em uma rua de Nilópolis, na Baixada Fluminense. O ataque aconteceu na sexta (15), e o dono do animal vai ser indiciado por negligência. A idosa vai ser sepultada neste sábado (16).

No último dia 11, em Campo Grande, dois pitubulls atacaram e mataram um filhote de porco.

No final de junho, dois casos também foram noticiados. No dia 27, um menino teve a perna dilacerada e vai precisar fazer reconstrução muscular após ser mordido por um animal que foi abandonado na rua.

Já no dia 29, cães dessa raça atacaram os cachorros do ator Cauã Reymond no condomínio que ambos moram. Moradores disseram que os animais circulam pelo local sem focinheira. O caso foi registrado na 16ª DP.

Diante de tantos casos, o g1 conversou com Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal, para saber o que fazer diante de uma situação de emergência, de ataque.

Rossi salienta que a melhor ação é educar a população a denunciar donos que cães que não estejam cumprindo a legislação ou animais que demonstrem um comportamento agressivo.

“É melhor denunciar e alguém ficar chateado com você do que saber que podia ter evitado uma morte e não o fez. Não espere a mordida acontecer”, diz ele reiterando ainda que esse tipo de denúncia deve ser feito para animais de grande porte ou peso, não somente os pitbulls.

Veja o que fazer em caso de ataque

Mas se eminência do ataque for inevitável, ele destaca algumas ações que podem ser tomadas para minimizar a situação:


Possível ataque

“Se você estiver andando ou correndo na rua, e avistar um animal que fique agressivo ou em posição de ataque contra você. Pare ou comece a andar em diagonal. Os animais interpretam que você está indo na direção dele, se você parar o movimento e deixar de ir na direção dele adotando a diagonal, ele vai entender que não está sendo mais ameaçado.”

“Se não der tempo de sair de perto, indicamos parar, congelar. É difícil, mas o cachorro deixa de se atrair por aquilo que não se mexe. Essa técnica consegue evitar até 80% dos ataques. É indicado ainda não gritar, o barulho também é interpretado pelo cão como uma ameaça.”

“É difícil, mas correr é sempre ruim. Só corra se tiver a certeza que vai escapar, como entrando em algum lugar e fechando uma porta, por exemplo.”


Início do ataque

“Se não tiver jeito e o cachorro estiver indo na sua direção, procure uma parede para tentar se apoiar e evitar que o animal te derrube no chão.”

“Se estiver com algum objeto nas mãos, uma bolsa, uma mochila, coloque na sua frente. O animal vai tender a avançar no objeto e não em você.”


Sob ataque

“Se vir alguém sob ataque, não tente puxar o cachorro. Ele estará mordendo uma pessoa e, ao ser puxado, poderá rasgar, ferir ainda mais a vítima. Se tiver como, use uma corda ou guia laçada na barriga do animal para suspender sua parte traseira. Ao sentir que está se desequilibrando, ele vai soltar a vítima.”

“Se ele estiver de coleira, você pode ainda tentar passar um pedaço de pau no local e começar a torcer para que ele comece a perder o ar. Ele vai soltar a vítima. ”

“Outra possibilidade, é jogar água no cachorro. Qualquer coisa que desperte sua atenção, cause um susto pode terminar o ataque. Se tiver uma mangueira por perto, vale jogar água na direção da boca para que ele pare de morder e se preocupe em recuperar o ar.”

Alexandre lembra ainda que pessoas que têm animais de grande porte precisam de orientação para saber lidar com o bicho em toda as circunstâncias.

“Costumo comparar com um carro, que serve para transportar pessoas, mas também pode matar. Para você ter um carro, precisa de um conhecimento e tirar a carteira, que você pode perder caso faça bobagem. Para ter um animal desse tipo, as pessoas deveriam passar pela mesma coisa: receber uma instrução mínima para lidar com ele, receber uma permissão ou licença para criá-lo e serem responsabilizadas caso façam besteira. Não é só porque ele é seu bichinho, seu filhinho, que ele não pode matar alguém”, diz.


O especialista reforça ainda que não são só animais submetidos a maus tratos que podem ter comportamento violento. “Mesmo com amor e carinho, um cachorro pode atacar alguém, e você precisa saber e conseguir conter o seu animal”, diz.


Saiba onde denunciar:

Secretaria Municipal de Promoção e Defesa dos Animais (SMPDA)

Em caso de abandono na rua, o município do Rio de Janeiro recebe denúncias na SEPDA, por meio da Central de Atendimento ao Cidadão, 1746, ou pelo site.


Delegacia

Em caso de descumprimento da lei da focinheira, qualquer pessoa pode fazer um registro de ocorrência em uma delegacia ou de forma on-line. Mesmo que não haja ataque, é importante denunciar um animal agressivo para que o dono seja responsabilizado de forma civil ou criminal no futuro.

Fonte: G1


 PUBLICIDADE - CLIQUE NA IMAGEM E VEJA MAIS


Postar um comentário

Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Calmon Notícias.

Postagem Anterior Próxima Postagem

Clinica Sorrir+