A vendedora relatou que chegou por volta das 15h20 ao cemitério para levar a mãe para visitar o túmulo de um tio, como costumam fazer ao menos uma vez ao mês. “Quando chegamos, nem focamos na sepultura do meu tio, porque logo notamos que a do Lázaro estava muito bagunçada, tudo revirado”, afirmou. Imediatamente, Cristiane resolveu filmar o local e divulgou em um grupo de WhatsApp da cidade.
Cristiane conta que conhece a sepultura do Lázaro pelo fato de ela e a família visitarem o cemitério ao menos uma vez por mês. “O túmulo do Lázaro fica a três depois do meu tio. Então, a gente já sabia. Há cerca de três anos que meu tio faleceu, então sempre visitamos. Parecia uma cena de terror. Dava para ver até umas marcas de unha”, detalhou.
A vendedora resolveu voltar um pouco mais tarde ao cemitério e, segundo ela, o coveiro relatou que, pela manhã, não chegou a entrar no cemitério, pois estava chovendo muito. Segundo as investigações da Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO), o túmulo do serial killer foi violado na noite dessa terça-feira (14/3).
A perícia constatou que o responsável pelo crime não levou nenhuma parte dos restos mortais. As investigações seguem no sentido de identificar a pessoa envolvida.
Relembre o caso
Lázaro Barbosa é o autor do assassinato de quatro pessoas da família Vidal em Ceilândia Norte, no dia 9 de junho de 2021. Desde então, ficou foragido e se escondeu nos distritos de Edilândia e de Girassol, que pertencem a Cocalzinho. Nesse período, invadiu chácaras, fez pessoas reféns e trocou tiros com a polícia.
Na madrugada de 9 de junho, os empresários Cláudio Vidal de Oliveira, 48, Cleonice Marques, 43, e os filhos do casal, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15, foram surpreendidos em casa por Lázaro Barbosa. Com arma de fogo e uma faca, ele rendeu a família, matou o pai, os dois filhos e sequestrou Cleonice, que depois foi morta. Pela falta de elementos, até hoje a polícia não sabe dizer se o criminoso agiu ou não sozinho — o inquérito segue aberto na na 24ª Delegacia de Polícia (Setor O).
Ao longo das investigações, surgiram suposições do que poderia ter motivado o assassinato da família Vidal. Entre elas, o fato de Lázaro Barbosa ter sido contratado como matador de aluguel por fazendeiros ou de pertencer a uma organização criminosa especializada em grilagem de terras. Essas hipóteses, no entanto, não são as principais linhas de investigação da polícia.
Antes de cometer os homicídios, Lázaro violou sexualmente outra mulher. A vítima de 39 anos, estava em casa, no Sol Nascente, com o marido e o filho quando, por volta das 2h, o criminoso invadiu o local. Ele rendeu e prendeu os homens em um quarto e roubou os celulares de todos. Depois, levou a mulher a uma área de mata fechada, onde a estuprou.
Sem se intimidar com a mobilização dos policiais, Lázaro invadiu outra chácara um dia depois do assassinato da família Vidal. A proprietária e o caseiro ficaram reféns do criminoso por cerca de cinco horas. Em fuga para o município de Cocalzinho de Goiás, Lázaro cometeu uma série de crimes sem interrupção: baleou pessoas, inclusive um policial, roubou carro, ateou fogo em casa, trocou tiros com caseiro e etc.
Após 20 dias de buscas, no dia 28 de junho de 2021, Lázaro foi assassinado após trocar tiros com policiais militares de Goiás, na cidade de Águas Lindas de Goiás.
Por: Correio Braziliense