Confira abaixo um pouco sobre a
biografia “A VIDA POR ALICE”, da calmonense Alice Marques, escrita por Adriana
Bereta.
A resenha é do professor e Escritor,
Calmonense, Gilmar Guimarães.
“Embora “A vida por Alice”, biografia
da calmonense Alice Marques, escrita por Adriana Bereta, tenha sido publicada
em 2018, só recentemente tive o privilégio de lê-la. Confesso que sua leitura
foi, para mim, uma experiência marcante. Uma leitura daquelas que nos arrebatam
inteiramente para o universo da imaginação e que produzem as mais distintas
sensações. Movido pelo impacto “da vida por Alice” e, considerando a relevância
do livro para a cidade de Miguel Calmon, decidi compartilhá-lo com outros
tantos leitores conterrâneos.
O interesse que a obra supracitada
representa , em especial para o leitor calmonense, vai muito além das
experiências de vida dessa ilustre calça-curta e do contexto particular de sua
família, não obstante sua saga sobre os trilhos da existência funcione para nós
como uma bela metáfora da condição de ser e estar no mundo, respondendo às
violentas intempéries da vida com o doce e acrobático sorriso que a poesia costuma
retirar das pedras, tal como as correntes das águas circundam obstáculos para
seguirem, incólumes, o seu curso, assim é a personagem central dessas memórias,
um rio que sempre segue firme fazendo das pedras canção sob o curso das águas
que jamais param de correr até que alcancem a infinitude do oceano. A trajetóriade Alice é a materialização dessa figura poética, sem dúvida, uma trajetória humana
que nos inspira os melhores afetos.
Ademais, a autora do livro, Adriana
Bereta, através de sua escrita fluída e tingida com as cores marcantes da poesia,
por meio de cuidadosa pesquisa, presenteou-nos com um interessante retrato da
recém-nascida Miguel Calmon. Eventos históricos importantes servem de pano de
fundo para ambientar a ação das personagens, a exemplo da tromba d’água de 1948.
A primeira parte do livro, sobretudo, é uma espécie de máquina do tempo que nos
permite retornar à Miguel Calmon das décadas de 1930/1940 e vislumbrar uma
outra cidade, bem mais precária em recursos, certamente, todavia, riquíssima
pela singeleza de uma época na qual as relações eram marcadas por valores, como
simplicidade, confiança, generosidade e fé.
Creio serem já suficientes as razões
elencadas acima para que os calmonenses sintam-se instigados a conhecerem essa
história, que em certa medida, também lhes pertencem, conquanto não seja ainda
possível o acesso de todos ao livro, ofereço-lhes por enquanto o aperitivo do
vídeo”!
Gil Guimarães, em 07/09/2020.